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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O Dia do Servidor Público

   
Ainda que o mundo esteja tão conturbado e o nosso espaço social brasileiro em ebulição, ocorrem, aqui e ali, notícias agradáveis. Os servidores públicos receberam no dia comemorativo a eles dedicado uma delicada mensagem da presidente Dilma Rousseff, congratulando a classe pela ‘opção profissional de servir ao cidadão’. É realmente honroso dedicar-se aos cidadãos, mormente aos que recorrem quando procuram garantir o exercício de seus direitos. Somos todos gratos pela gentileza da lembrança, fato inusitado se levada em consideração a indiferença com que o funcionalismo tem sido tratado.

Aproveitamos a tribuna que nos oferece o Terceiro Tempo – o jornal do aposentado e do servidor público – para pleitear atenção total das autoridades no trato de assuntos relevantes que adormecem, por anos, aguardando o justo reconhecimento. Estamos certos de que não haverá no país categoria profissional que tenha tantas questões de direito não reconhecido, quanto a dos servidores públicos federais.

No Congresso Nacional, acumulam-se Projetos de Lei e Propostas de Emenda à Constituição, na sua quase totalidade pleiteando reparação de perdas impostas ao funcionalismo. Merece realce a PEC 555/2006, que trata da correção do gravíssimo erro administrativo de se impor, via EC 41/2003, contribuição previdenciária a servidores públicos aposentados e pensionistas. Este ardiloso mecanismo, que arranha a doutrina previdenciária ao ignorar o princípio basilar da contrapartida, cobra sem dar nada em troca, constituindo a grande agressão aos direitos do funcionalismo, só comparável, em danos, ao fator previdenciário.

Somos a sétima economia do mundo, nos arvoramos em praticar o estado democrático de direito, contudo deixamos que aqui se pratiquem confiscos como esses dois, a que nos referimos. Como explicar, uma vez realizadas tantas audiências públicas, tantas oitivas de renomados mestres em administração e direito previdenciário, que se procrastine a decisão do banimento desses atos injustos, porquanto inconstitucionais?

O servidor público tem a sua Portaria de Aposentadoria lavrada, com os direitos consagrados, e, em seguida, um ato errôneo transforma o título outorgado a si em pó.

No Judiciário, milhares de processos de interesse dos agentes públicos acumulam-se sucessivamente, com sua fase recursal se arrastando somente com intuito protelatório, porque o direito ao pleiteante sempre é consagrado. A fase de execução dos processos, então, é algo inadmissível. E tudo ocorre bem lenta e lentamente, pressionando cada vez mais o próprio Poder Judiciário, pelo acúmulo despropositado de ações.

O que nos faz voltar ao tema, ainda uma vez, é exatamente a mensagem da Presidência da República, em especial quando cita ‘a existência de um Estado garantidor dos direitos de todos os cidadãos...’. Esperamos mesmo que o governo federal possa interferir nos processos judiciais e parlamentares, de modo a acelerar as decisões e restaurar a dignidade dos servidores públicos. Afinal, no rosto de cada um deles, está o compromisso de bem servir; toda a grandeza que se exalta no país foi construída com a contribuição do seu esforço e do seu trabalho.

Senhora presidente, mais uma vez agradecemos sua delicadeza pela homenagem e solicitamos sua interveniência nas questões dos servidores do Estado brasileiro. O descaso, que se arrasta por muitos anos, é uma nódoa que precisa ser extirpada. Faça, pois, justiça!

E parabéns ao servidor público, por seu dia e por toda a sua dedicação!

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