Junho de
2013 ficará marcado como o mês das mudanças no Brasil. Foi, inicialmente, a
manifestação concreta da sociedade brasileira que definiu, em seu cerne, como
queria o Estado brasileiro. Em cartazes singelos, os manifestantes incluíram
todas as principais mensagens, com ‘recados’ diretos para todas as áreas de
gestão da Administração Pública.
Início
marcante para o século XXI, quando se falava em ‘fim do mundo’, coisa e tal. Em
vez de um final, nada mais era do que o marco de novos tempos. Apesar dos
eventos importantes que ocorriam no Brasil, como a Copa das Confederações, a Jornada
Mundial da Juventude e a preparação de outras programações que se avizinham, os
jovens de todas as idades não deixaram as ruas, repetindo e repetindo seu brado
de alerta. Foi a forma de pressão encontrada para fazer valer a vontade de toda
uma nação.
Nem
mesmo o recesso parlamentar de julho fez arrefecer a vontade das ruas. Há
tempos não se via, em tão pouco tempo, tantas propostas engavetadas colocadas
em votação – questões do petróleo, do transporte, do orçamento impositivo,
passe livre, reforma política e muitas medidas administrativas, agora tratadas
com celeridade. Não comentamos os excessos havidos porque são ações de
oportunistas, que aproveitam momentos políticos legítimos para se inserir e
tumultuar o ambiente. Sabemos separar o joio do trigo.
Dentro
de todo esse processo de mudanças que continua vivo, observamos que as falsas
lideranças políticas estão em cheque. Todos os seus passos, suas vidas
pregressas e seus erros administrativos estão sendo devassados e contestados.
Houve significativo recuo em projetos mirabolantes, que poucos benefícios
trariam para a sociedade. Estão ainda sendo revistas algumas licitações
havidas, algumas das quais eivadas de irregularidades, como registra o
noticiário.
Tão
simples seguir as ‘plaquinhas’ de alerta – Saúde
e Educação! Começar por aí: nenhuma criança fora da escola, respeito com os
professores, salários dignos e compatíveis com a relevância do cargo. E a Saúde
caminhando junto com a Educação: serviços médicos disponíveis a todos, já que dever
de governo e devidamente consagrado na Constituição Federal. Mais ainda: o
trabalho garantido através da capacitação técnica também tem que ser foco das
áreas de planejamento e gestão. Temos que, em pouco tempo, oferecer aos jovens
e desempregados a dignidade do trabalho!
Bolsa
disso, daquilo e daquiloutro têm que ser programas temporários, não um
protecionismo desmedido para a conquista de simpatia política. Não se pode
forjar um povo inteligente e empreendedor, como o brasileiro, com políticas
assistenciais permanentes e escravizantes. Isso só leva à inércia e ao
retrocesso cultural e econômico. Somente os políticos profissionais se
locupletam com o estado de coisas atual. Definitivamente, são duas coisas que não
queremos: nem políticos dessa estirpe, nem um povo que sucumba a esse tipo de
imposição.
Contudo,
com o discurso agora repaginado, causa-nos estranheza a palavra desconexa de
alguns noticiaristas e comentaristas, que se arvoram em ‘especialistas em
previdência social’. Aqueles que continuam com o palpite infeliz – porque é
mesmo palpite, não um dado constatado – de que há déficit na Previdência Social
e que, portanto, o governo não pode deixar passar, no Congresso Nacional, a
extinção do fator previdenciário. Esses profetas do apocalipse chegam a
anunciar perda anual de R$ 3 bilhões com a supressão desse verdadeiro confisco,
sem tomarem conhecimento dos resultados positivos (superávit!) do exercício
orçamentário-financeiro da Seguridade Social em 2012, superior a R$ 78 bilhões.
Quem diz
a esses propagadores de informação que os benefícios previdenciários são
bancados pelo caixa do governo? Restabelecendo a verdade: esses benefícios são
programas inseridos no Orçamento da Seguridade Social, bancado pela
contribuição dos trabalhadores, não pelos impostos arrecadados pela União.
São
fatos que nos fazem lembrar Noel Rosa: ‘quem é você que não sabe o que diz; meu
Deus do céu, que palpite infeliz...’
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