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sábado, 1 de janeiro de 2011

Viver o presente em 2011


Atravessamos difíceis dias em nossa economia interna, pelos reflexos que a crise financeira internacional fez repercutir entre nós, embora em menores proporções do que no restante do mundo globalizado. Não custa realçar a importância do trabalhador brasileiro no enfrentamento da crise; sua atitude de galhardia e crença no país fez com que seus recursos, advindos do trabalho (nem sempre bem remunerado), fossem a salvação que não pensávamos suficiente para a débâcle financeira do mundo.

A soma de todos os ganhos do trabalho – empregados, aposentados, pensionistas – carreada para o consumo e suas necessidades essenciais transformou-se na ‘poção mágica’, para a sustentação dos programas de governo, que não precisaram ser sacrificados. É lógico que o consumo produz tributos, numa margem próxima a 50% (metade!) do consumido. Com a máquina fiscalizadora ágil e operante, o resultado não poderia ser outro.

Caminhamos, desde o quarto trimestre de 2008 até o findar de 2010, com receitas crescentes, como as da Previdência Social, influenciadas, em grande parte, pelo crescimento de postos de trabalho e formalização do vínculo empregatício. E maiores seriam, se não houvesse sido implantada a política de isenções fiscais para robustecer a indústria e o comércio. Também a manutenção das renúncias tributárias e a absurda redução do prazo de decadência – de dez para cinco anos – das dívidas do empresariado para com a Previdência Social, fizeram com que as receitas se mantivessem aquém do potencial previsto.

Realçando o bom de 2010, temos à frente de qualquer outro valor a contribuição do trabalhador brasileiro, ativo e inativo, que não só impediu a derrocada da economia brasileira, como propiciou que ela fosse alavancada para a oitava posição no ranking mundial. Neste mesmo período, o empresariado cruzou os braços ante a possibilidade de lucros menores; correu para a ajuda do BNDES e dos bancos em geral. Na guerra do capital contra o trabalho, dessa vez venceu o trabalho.

É por isso mais do que justo, ante a constatação da importância do rendimento do trabalho e da renda dos aposentados e pensionistas para a sustentação do Brasil, que propugnamos pela elevação do salário mínimo, em 2011, para valor bem mais elevado do que os R$ 540 que anunciam. É balela essa história de que, neste nível, ele quebra a Previdência Social. Defendemos que, quanto maior o salário mínimo, maior pujança terá a Previdência Pública; é a constatação que temos, nos seus quase 88 anos de existência.

Quanto à quebra das prefeituras, isso é simplesmente caso de gestão. Diminuam a quantidade de apaniguados de suas folhas de pagamento e teremos organismos ágeis, modernos e prestantes para as suas populações. Existem milhares de casos que serviriam de exemplo. A fórmula seria: mais eficácia e menos nepotismo.

Gostaríamos de ter espaço para maiores destaques. Escolhemos a valorização do trabalhador, pedra fundamental da segurança do país e seu reconhecimento na política externa. O Brasil é hoje citado com exemplo de eficiência e respeito aos programas sociais. Mostramos, com um único exemplo, o que se consegue vivendo o presente.

Queremos deixar, como mensagem para 2011, o sábio ensinamento de Mark Twain sobre a responsabilidade de cada um: ‘O mundo não te deve nada. Já existia, antes de ti.’

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